quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reposição de livros didáticos custa R$ 87 milhões ao ano


MEC precisa repor em torno de 16% das publicações a cada ano


Todos os anos, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do Ministério da Educação (MEC), responsável pelos programas do livro didático, precisa repor em torno de 16% das publicações compradas para serem distribuídas a alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas do País. De acordo com a coordenadora-geral dos Programas do Livro, Sonia Schwartz, o índice está dentro do esperado e nunca será “zerado”. Ainda assim, representa um gasto anual de R$ 87 milhões.
De acordo com a Agência Brasil, as publicações compradas pelo MEC e distribuídas às escolas têm durabilidade prevista de três anos. A exceção são os exemplares destinados aos alunos do 1° ano do ensino fundamental para alfabetização, que são “consumíveis”. “A reposição é natural. Sempre tem um livro que é extraviado, ou que molha, estraga ou o aluno perde”, aponta Sonia. Ainda assim, ela alerta que as instituições de ensino precisam orientar os alunos para o bom uso do material – e dos recursos públicos.
O início das atividades escolares é um período propício para que a escola trabalhe com a importância de se conservar bem as obras. Uma das estratégias adotadas é pedir aos pais que assinem um termo de compromisso quando o livro é entregue no início do ano. A coordenadora diz que não há previsão de multa ou outra penalidade caso o material não seja devolvido ao final do período letivo, mas ressalta que é importante o colégio ter esse tipo de controle.
O procedimento é adotado pela Escola Classe da 206 Sul, em Brasília. Segundo a professora Erika Dinato, em geral, os alunos são cuidadosos. “Minha mãe encapa os livros todo ano. A professora fala sempre para não riscar e ele fica aqui na escola, na estante. A gente só leva para casa quando tem dever”, conta Suelen Kriebel, aluna do 4° ano do ensino fundamental.
Sônia da Conceição Guedes, também professora da escola, conta que um argumento forte para convencer os menores sobre a necessidade de conservar o material é que no ano seguinte ele será utilizado por um colega. “Desde pequeninhos, eles já têm essa noção. No primeiro dia de aula, a gente diz que no ano seguinte o livro vai ser para o coleguinha, para um irmãozinho mais novo, um primo. A maioria já tem irmão estudando. E quando é ele quem vai usar no ano que vem os alunos têm o maior cuidado”, diz.
Os índices mais altos de má conservação, segundo o FNDE, são dos estados do Norte e Nordeste: 20% das obras precisam ser repostas anualmente. No Sul, esse patamar é de 10% e no Sudeste e Centro-Oeste, de 15%.


Fonte:  http://www.arcauniversal.com/emfoco/fatos/noticias/reposicao_de_livros_didaticos_custa_r_87_mi_ao_ano-3794.html

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